terça-feira, outubro 31, 2006

Agua-4gua
















"Sentimentos são águas de um instante"


E num abraço cabe o consolo de uma lágrima

um desespero

que sequer nosso é

Em um abraço cabe o passo ao sonho

Que nos foi plantado, coincidentemente

Num beijo roubado cabe a doação

O infinito de um presente

do líquido do agora

de toda dor acumulada que se cala

pra ser forte

e se solta no estalo dum beijo

Rio que chove ao romper da represa de nossos lábios

o silêncio de quem tudo ouve

o espanto de quem enxerga a luz

e não o objeto que a reflete

A nota solitária num piano empoeirado

o floco poeril a cruzar um feixe de luz que corta por entre as cortinas.

Como um raio que escapa de um olhar

e flecha, como fazem os cupidos,

aquele outro olhar que o mundo lançou

para refletir o meu

Águas do agora escorrem

Como as salivas que se misturam

E se repelem de tanto amor a libertar

As mãos se fecham, o peito range, inquieto

tentando abafar o terremoto de nossos corações

Águas do agora, do incontrolável

líquidos, os sentimentos se revelam

como flores à umidade do orvalho que sobreviverá à manhã

Sentir não é plano como rocha

é o não definir e viver

pra que defina-se por ser

no círculo do instante

infinita finidade

uFGg





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