quarta-feira, março 14, 2007

e este blog se concluí finalmente:







































































E que a música, do 'Rock´n Roll' ao samba, possa um dia levar essas idéias além deste 'espaço' virtual...






URGE-ME-TE
( Mais um espasmo 'non-sense' ridículo )

Porque destes sentimentos avassaladores?
Teria eu controle sobre tudo isso que sou?
Me sinto tão inevitável
um completo idiota ao teu lado
o idiota mais feliz
e o mais idiota também
paixão invulnerável

Queria escolher te esquecer
mas o máximo que posso
é tentar te evitar...
Mudar o que se sente por alguém
por um simples querer
será possível me recriar???

e me digo que não te quero
quando o que mais sinto
é esse desespero
de não ter(mos) tempo a perder

Estou patético
preciso focar meus pensamentos
nas coisas sérias
nos trabalhos, nos desafios do dia-a-dia
mas o que pode ser mais sério e desafiador
do que estar apaixonado
por alguém que se ama imensamente,
incondicional_mente???

Inconsequente
isso que sou
um irresponsável
com o coração mais vagabundo que conheço
não faz o menor esforço pra se conter.
Palpita o ingênuo músculo
bombeando as esperanças em minhas veias
meus pensamentos dissolvidos
por essa ansiedade
essa eternidade em cada instante

urgência
palavra que vem perseguindo meus poemas
como um vírus nervoso
estabanado como o sendo que estou

E essa coisa ridícula que tenho
de não conseguir me deixar ser eu mesmo...
Ao teu lado
quero sempre estar melhor
ser o melhor de mim
e fico neste fingimento
de que sou tudo aquilo que sonho ser
mas acabo mesmo
sendo exatamente tudo que não queria:

uma ilusão
pela qual ninguém se apaixonar verdadeiramente poderia
como acredito eu
estar apaixonado.

Sou ainda mesmo um criança
com meus erros bastante evidentes
minhas infinitas qualidades
infinitas possibilidades de ser...
Meu jeito desastrado de experimentar
sempre tentar o novo
de novo e de novo

Sou toda esta vergonha desnudada
toda esta coragem que disfarço como descaso
sou todo este espasmo descontrolado
e também todo esta consciência
de sempre ter a outra opção
o controle absoluto
Quero-o?

Sou este todo-coração
ardendo num peito aberto
rasgado, dilacerado
num sal oceânico de lágrimas
da abissal intimidade
que me separa do mundo

Sou este menino sozinho
mudo, que foi atropelado
e esquecido na beira da estrada
atormentado pelos carros
pela velocidade, pelo tombo
e por todo o mundo esse visível estrago
que deixa o não-Humano Homem na Humanidade

Sou este muleque
solitário por inteligência
sensível por transparência
Simples e sublime
na eterna crise de um encantamento


Tímido, o porquê, não sei
mas decepcionado, sim
envergonhado de mim
esse errante que já me cansei
e já nem mais sei
se quero ser mesmo assim
naturalista por natureza

catártico, elástico, amigo
espásmico e non-sense
patético, querido, suspense?
Ah isso sim: ... ridículo
(mas paciente e lúcido)

!!!

segunda-feira, março 12, 2007

Lucidez encantada

























“Sempre que me apaixono torna-se muito mais difícil focar minha atenção nas responsabilidades cotidianas e fugazes tarefas dum previsível dia-a-dia. Parece que quando apaixonado todo o resto da vida que não encanto se torna inerentemente descartável. É bem possível que, só então, eu esteja verdadeiramente lúcido diante dos valores desta vida.”



uFGg

TEU-MEU jeitinho de ser























Quero aprender desta calma
que tanto me pede pra sentir
estou inquieto, esperto, aberto
cheio de estática
numa iminência de explosão
porque te quero
te quero te amando

Me sinto patético
tantas coisas pra dar prioridade
e fico vivendo meus pensamentos
atentos todos em você
Por todo meu tempo

Quero

desvendar este mistério
que paira
num vão que perturba
a distância entre nossas peles
e os gemidos camuflados

Cadê esse você que me olha sem medo nem pudor?

Se apavorou?
Quando não te olho
fazendo muita força para isso
você vem e me encosta,
me procura, me cutuca, sem nexo
numa intensa aproximação repentina
mas só esta sua observação não me combina
Quero tua entrega, teu risco, teu sexo

E isso é o que tu sabes
quando me olhando
finge não enxergar nada
e te vejo
te respiro

E você me vê te respirar
e eu sinto sua respiração
atenta
tua tensão
calma e violenta
por estar assim do meu lado
sem conseguir disfarçar
aquilo que finge não ser
tão ingênua e desprotegidamente

E quando ao meu lado
te vejo
te medo
te segredo
desejo
e o que queremos é justamente
este profundo mistério tranquilo
de jamais termos certezas
e nem distâncias

Falo deste não entendimento sublime que nos paira
de pulsar num mesmo compasso
num improviso em comunhão com o tempo-espaço
sem tentativa e nem esforço
uma força gostosa
movida somente à sonhos
naquela pureza de fazer só existir
o que consideramos de melhor em nós
o que tem mais amplo no sorrir nosso

Nosso melhor é junto
conjunto
que sente e teme e acredita
contigo-comigo
vivendo, espantado, sim
de ser também meu maior amigo
amante inusitado
que já é
este nosso somos
independente e inevitável
em que fomos
sem podermos evitar
aquele nosso encontro
teu-meu olhar.

uFGg

seremos livres?
















“A vida na cidade grande para os seres humanos equivale a vida num zoológico para os animais. O exagero alimentício somado ao abuso no uso de drogas faz confundir na consciência destes seres os seus conceitos de felicidade, segurança e paz. Acreditam que assim são, mesmo enjaulados... seja em gaiolas, apartamentos ou agendas. Felicidade só é possível quando livre.”

segunda-feira, março 05, 2007

Anarco Praia


amo mutio essa Anarco-Tribo

ESPANTO






















.

E de repente os anos passaram
e eu já não era mais aquela explosão de ingenuidades
E a consciência e o isolamento
que eu mesmo (talvez) me provoquei
levou-me a encontrar a essência
de ser feliz independentemente

Uma oculta liberdade se expandiu
me crescendo a coragem
e a capacidade nata de amar à todos
fazer o bem em cada contato entre minha vida e outra

Com um ser humano
tento extrair do genuíno momento de troca
a entrega, a não compreensão...
E neste absurdo de convicção
precisava sofrer meu silêncio
por esta estranha solidão
que causa-me essa insaciável fome

Um vazio por sentir-me incapaz de
alcançar a tal urgência que vem nos acordar
disfarçada de paixão
em manhãs de magia ensolarada
pra justificar todo este amor pelo mundo...

Neste sofrer calado fico imaginando
por onde deve andar
aquela luz que vai ofuscar
todo o escuro da minha solidão...

Por onde é feliz? Quantos anos têm?
Como serão suas antigas histórias de Amor?

E de repente você está aqui do meu lado.
Teu sorriso é é a visão mais nítida que meus olhos podem ter
tua felicidade é minha maior alegria e realização...
E tudo se eterniza subitamente
no parar dos ponteiros da vida
na pausa pra fotografar o momento na alma...

E a vida ali, assim, admirada, imóvel
parece absolutamente intocável.

Será um tal espanto?

Sem escolhas... não há o que optar
O sentimento se desperta, e infinito...
É inevitável eu me entregar...

Uirah Felipe Grano Gaspar

domingo, março 04, 2007

IMPRUDÊNCIA

Agora tudo faz sentido
já que perco todas as razões
em ficar pensando em você.
Uma energia intensamente apressada
faz urgir todo um infinito de acontecimentos
em epifanias, grandes decepções
e grandes alegrias, fortes sentimentos
e continuo mergulhando nos riscos me perguntando...
E que perigos são esses
que só nos faz crescer a emoção?
E agora aquele encostar
(das nossas peles, dos nossos olhos, dos nossos 'Eu's?)
que se durou além do que deveria
não sai da minha pele
e a urgência de viver
pra minha alma se transfere
A seriedade de sonhar
e transformar a realidade
E uma estranha coragem
diante do mundo
Faz nem sentir-me pequeno
Sinto-me além de nossa distância
Uma felicidade inevitável
por saber que você existe
e uma proporcinal esperança
de ser muito mais feliz do que eu possa imaginar
Patético e sublime acreditar
faz da minha existência
uma aventuresca filosofia
um sentir tanto que recria
um sonhar tanto que... Imprudência.

Uirah Felipe
grano gaspar

terça-feira, fevereiro 27, 2007

medo do medo que dá.










































Uirah Felipe diz:


ah q medo Natália... que eu estou...
medo bobo, gostoso, inspirador, patético, genial
enfim...
o mais importante do medo
é que nos obriga a aumentar a capacidade de promover a coragem interna
e vamo-que-vamos
te amo gata

e Natália Oliveira disse:

nem sempre ele está relacionado à coragem, digo relacionado está, mas não faz com que ela aumente, pelo contrário, quando se constata que é medo o que sentimos, vemos que de coragem nada restou. o medo é que te prende, que te faz tão ingênuo.
agora, se tu és forte, capaz, e confia no teu taco (rs) aí sim, VC aumenta a coragem, vc faz ela florescer, não o medo, compreende?

Uirah Felipe:


Sem o medo não há com o que se encorajar. É claro q a coragem não nasce DO MEDO mas é um fato que sem medo não há com o que se encorajar. Pr'alguém que não tem medo de altura não é uma grande conquista pular digamos do castelinho, por exemplo, mas pr'alguém que tem medo de altura ou de mar já seria uma experiencia de muita coragem e superação do medo.

Sendo assim não existe coragem sem medo, mas o medo pode existir, com ou sem coragem, por isso digo pra aproveitar e conhecer seus medos... eles te levam aos melhores atos de bravura força e coragem
hohohoho

Natália Oliveira:

perfeito, era a isso que eu queria chegar, o fato do medo existir, sempre. e a coragem sim, sim, nascer do próprio, claro. mas escuta, o que eu dizia era sobre vc ser medrosa e não conseguir não ser mais, entende? o fato de ter o medo não significa que obrigada a sobresair (assim que escreve? depois procuro no dic.)



sem falar no medo do medo que dá.
*não significa que a coragem seja obrigada a ...

Uirah Felipe:

noooossa entramos num debate filosófico sobre!!!

Eh mas vc tá certa
é foda o medo do medo que dá... Será esse o medo-medo, digo, o medo medroso e bobo que parte da baixa-estima e da falta de crença em si mesmo?

Ter medo do medo que dá??? Me pergunto onde estará o verdadeiro perigo em todos esses medos que passamos...

Acho q tenho um frio na barriga, uma inquietação, mas medo do medo que sei que sinto? Não não não, não quero.

nesse instante tô mais ansioso pra ganhar coragem
que medroso por saber que estou com medo.

Mas talvez eu esteja o contrário disso... desejando q fosse assim como eu disse antes.

muito confuso?

Ahhhhff
pois é a vida!
Siiiiiiiimples!

Eh, tô com medo do medo q tô sentindo expandir-se..

A profundidade do que inevitavelmente se constrói nestes pensamentos soltos errantes que chegam até lá...na fonte.

A fonte do meu sonho e do meu medo é a mesma.

não quero temer amar se amar é inevitavelmente mesmo um sofrer.
que eu sofra então... e seja feliz assim, nesta inconstante metamorfose imprevisível.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

por mais uma vez


























































falando de mim mesmo: outro
...
Enquanto corria ele olhava a favela como se numa daquelas luzes soubesse iluminar o sentimento que, ainda sem nome, aquecia naquele momento os seus pensamentos, elétricos como seu ritmo de corrida... A areia saltando atrás de seus pés e uma música na paisagem,incentivava-o a continuar correndo até que não conseguisse mais sentir suas pernas... Mas mesmo assim, continuar... Olhando para o mar, sentia como se suas asas deslisassem pela superfície das ondas, e sabia-se assim um perfeito atobá a brincar com os movimentos e surpresas do oceano; dinâmica da vida.
O céu tinha mais estrelas que o normal... Ou seriam seus olhos mais aptos a enxergar além do meramente visível?
Talvez esse fosse o sintoma mais nítido do seu estado sublime de existência em deleite completo pelo estar amando assim, tão livre, tão irresponsavelmente ao acaso gratuito de um simples gostar, que, transbordando-se de tão perfeitamente imperfeito, acabava por contaminá-lo, imensamente, num mergulho vertiginoso, duma iminência que já está acontecendo..
Eu procuro incessantemente um encontro em que as vidas não precisem se cruzar, ou se chocarem quase de frente como muitas vezes me aconteceu. Mas sim, caminharem paralelas, acompanhando uma o ritmo da outra, sem querer querendo... Num indo que eu jamais poderia prever, mas que sabia que aconteceria, desde o início, numa ponta de intuição tímida que ainda teme se precipitar...
Às vezes eu sinto que estou tentando encontrar essa alma que me faça ser um 'conosco'. Outras... [que vão acontecendo sem muitos pensamentos], sinto que estou vivendo um 'estamos' inevitável e eterno...
Meu par ideal provavelmente não me é nada ideal e eu não temo os erros e só.
...

Bjos de Luz




























































Beijos de luz.

Talvez me escutem sim os teus silêncios
e você só parece mesmo ouvir
o meu silenciar
-É exatamente quando me interrompe
com uma surpresa agradável
que sai quase sem querer
sem querer querendo
com medo e coragem
detrás destes dentes nessa sua boca tão...
Sorriso
que me preenche
de alegrias
Feliz por te VERdadeiro viver
privilegiado que me sinto
por desfrutar da felicidade
de te estudar
mesmo que em absoluto silêncio
que compartilhamos tão bem preenchidamente...
camuflado pelo olhar tagarela
e insistente
que não consigo evitar
e se é mesmo inevitável
ora, que assim seja
o infinito do nosso olhar...
de beijos.



















































Vontade da Alma

Às vezes
talvez pelo puro medo
(trauma experimentado ainda em infância)
tenho descrença neste amor apaixonado
que me contamina
me tirando a estabilidade
e me mergulhando nesta catárse
de desejo e ardência
e pólen de sonho
que anseia fecundar a vitalidade máxima
tenho vergonha de acreditar, e tanto, neste...
(tão tolamente ingênuo, vestido de Super Homem debruçado na janela olhando pras montanhas no final do horizonte da pontinha dos pés) sentimento.
Mas talvez me envergonhe ainda mais de não tê-lo crido
quando cá estou vivendo
nas minhas sublimes experiências
as exatas paixões que
tanto (e sem saber ainda)
eu desejava
com puro sonho
vontade da alma.

ritmo











































Um ritmo que pulsa, grave e secretamente

Tanta coisa por te dizer
que se tivesse feito ao invés de dito
(à sintonia com o acaso)
capaz que nem tivesse vivido
tantas tremendas aventuras epifânicas
Quanto a conurbação de nossos corações
errante-experimentais-caóticos
cruzamento de nossas principais artérias
na expansão de liberdades que se infinitam
que se-simples
que se somam
que sublime(m)
e os infinitos se libertam também
Nasce a energia do sopro
que venta
todo instante eterno de vivência cotidianas
toda esta avalanche imbatível
de infinitos pensamentos
à nos levar por sonhos
nos desaguando por terras que jamais compreenderemos
Por não compreendermos a nós mesmos, não entendemos(?)

quase sem querer vamos entendendo tudo e todos que não nós mesmos
é na criação de uma 'verdade' que está o nosso precioso invento
Porque não há nada mais real e nem mais infinito
que as verdades
que os nossos sonhos
secretamente nos revelam

“E as estrelas engolem minhas lágrimas invisíveis contaminando a alma de dentro para fora no chamuscar dum eco de ondas que rascunham nas areias a dança imprevisível dos nossos destinos.”

...e agora?







EU PULO MESMO

Me deixa quieto
se tudo que realmente quero
é mesmo isso
essa bagunça em meu coração?

Me deixa é inquieto, sim
me faz(,) assim
esperto, aberto
pronto para o inesperado:

pulo no incerto
esse desejo na contra-mão - 'romeujuliético'
tão com você "topo qualquer parada"
tão cheio de força, vibrante, tolo e patético
8 oi 8i-tenta
"Me dá tudo agora ou não quero nada!"(?)

Que pressa é essa?
Empurrada pelo desejo certo
de que a plenitude é uma coisa simples
pequena e sempre ao alcance
Me espanto
com esta mansa tranquilidade
diante da gigantesca inquietude
que é tua inignorável presença

e que desde um agora eterno
me adentra
longe ou perto
nesse teu jeitinho de velha criança
pela qual eu simplesmente me apaixonei
imensamente
e estou vivendo
e sendo
esse amor por você

Uirah Felipe

terça-feira, fevereiro 20, 2007

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

+ um reflexo



















O Beijo Eterno

em uma montanha
e ao redor dela
por toda gama de cenários
desta cidade maravilhosa em que crescemos
salpico meus sonhos
como confete no carnaval
jogando-os pra cima
a cada vez que me lembro
e relembro
um tudo que vivemos
um tudo que hoje
mesmo distantes
ainda me faz sentir na respiração
que estou vivo
inefavelmente em cada tragada de ar
vulnerável existência cheia de sublimes
essa que nos toma pelo braços e nos sacode e nos grita:
_Acorde!! A Vida é isso! Viva!

Uma imagem me paralisa:
o abraço é subaquático
a água é cristalina
a tarde é doce com o céu abóbora
e deslizam as nuvens ligeiras no céu
como faz a vida...
As palavras que sempre quis ouvir
foram ditas um pouco antes
irônico: não posso transcrevê-las
não me lembro
e apenas levo nesta imagem
a sensação daquela confirmação de infinito
naquele presente momento se iniciou e conclui
o que eu poderia constatar mais tarde
como sendo o eterno da vida passageira
e naquele momento se registrou o mais bonito de todos os beijos
no silêncio da placenta de iemanjá
no embalo de uma calmaria lacustre

O beijo nunca aconteceu mas foi o melhor de todos, não tive dúvida.

Inefavelmente em cada disparada do coração
que parece borbulhar por dentro
nos fazendo sentir esse desconforto no corpo
esse estranho ruminar de pensamentos invisíveis
mas densos
uma pesada indigestão
de inúmeras palavras
que talvez nos falte coragem e ousadia
ou talvez sabedoria pra dizê-las
e eu quero dizer à mim mesmo
em meio à minha tonteira de emocional confusão
o que por dentro só agir traz explicação
e todo esse dicionário de verbos corporais
que só eu e tu, em nós, conhecemos
não abandona meus anseios
Essa a poesia da vida
engasgada no âmago dos meus limites
distorcendo os erros em belezas
entortando as paisagens
e reinventando toda a natureza
natureza essa minha de criar
até no amor
e em toda esta paixão
que a cada dia reinvento
transformando tudo em felicidade
inspiração que me atravessa adentro
e que é pra encantar se não à mim mesmo
ou à ti,
pra te proporcionar todo esse meu sentimento

domingo, fevereiro 11, 2007

terça-feira, fevereiro 06, 2007

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Verdade?



















Como é que faço pra te dizer a verdade? Está tudo tão claro pra mim, e vejo que tudo que você deseja é saber a verdade. Que verdade será essa que só pode ser dita e não vivida??? Fico à tua frente, inquieto, observando cada relato, cada mudança de nuance nas cores do teu olhar, cada pergunta curiosa e surpreendente, cada brilho que escapa entre um pensamento e outro... E você está precisando de mim, precisando de mim pra que aconteça a tal verdade em que tanto acredita, utopia linda que brilha em suas palavras-súplicas. E como ei eu te dizer A Verdade? Não tenho controle total, ainda, sobre isso, mas, uma sensação covarde me alastra quando penso em te contar, e me parece que a verdade dita atrapalharia ou anularia completamente nossas outras tantas verdades vividas. Serão as verdades ilusões cheias de sensações sensatas? Será que não te dizer todas as verdades que trago comigo seria uma forma de jamais de dizer A Verdade?
Te amo tanto... sabes, mas não fazes idéia de quanto. Eu nunca deixei essa minha verdade escapar até você, nunca deixei que escapasse até ninguém. Não essa verdade, não essa verdade sobre você. A única verdade que faísca em meus olhos é esse teu olhar implorando ao mundo que a nossa amizade aconteça. E para mim, a amizade é o que sempre veio acontecendo, inevitável como é o amor, quando acontece... Nos meus olhos a dúvida, o medo, a covardia, os dedos trêmulos, as pernas inquietas, tudo em mim querendo dizer o que na minha realidade é uma VERDADE tão óbvia: sou eu quem preciso de você e não você de mim. E acho que – por pásmen que fico diante desta realidade tão incomum, sua completa dependência, teu amor livre oferecido, esse peito aberto à espera do meu abraço – não consigo me mover. Tento entender exatamente que verdade é essa que quer e faço não acreditar que me peças justamente A Verdade, aquela toda completa onde não se escondem nenhumas outras verdades, aquela tua-nossa utopia fantástica e bela. Será possível duas grandes verdades, daquelas ao máximo abrangentes e entregues.... aquelas onde não exista um pingo de desconfiança... Será possível que duas verdades abranjam tanto suas realidades que se tornem uma única verdade?
Se isto acontecesse, do que chamaria? Amor é uma palavra como é a palavra cardume, ou cacho, uma penca, ou um bando, uma quadrilha, uma matilha... Uma palavra que não representa uma única coisa, mas sim, um conjunto de muitas coisas, cada coisa é individual, mas em grupo sua dimensão ganha o status de uma outra palavra, conhecida como coletivo. Amor é pra mim coletivo de muitas coisas que ainda não demos seus nomes... Talvez não tenhamos a sutileza observadora pra conquistar este vocabulário tão rico. Se eu tivesse coragem te diria que o Amor que sinto por você é um coletivo dos inúmeros (infinitos?) sentimentos que és capaz de me despertar...

sábado, janeiro 27, 2007

Palavras inúteis



















Palavras inúteis


Seus olhares se cruzaram ainda no botequim, antes do dia acontecer. Nenhuma troca de sorrisos ou expressão, apenas o olhar, frio, seco. Mais tarde se encontraram no café, era perto de nove da manhã. Ainda sem sorrir, ela começou a conversa:

_Preciso te ser franca, tenho um segredo a revelar antes que qualquer coisa aconteça entre a gente.

_Mas que coisa, ainda não aconteceu nada...

_Nada?

_Quer dizer, o que pode ser tão sério assim à ponto de...

_A verdade é que eu não sou feliz. Não sou feliz, esse é meu maior segredo. Tenho quase tudo e mais um pouco para estar satisfeita com a vida mas não sei exatamente porque, não fui e nem sou feliz, e não adianta tentar mudar isso.

_Sabe, eu também sofro, e não tenho motivo pra isso.

_Eu tenho muitos motivos, mas a verdade é que eu jamais poderia ser feliz...

_Te entendo

Eles se olhavam profundamente nos olhos, como quem encontrasse nas profundezas da escuridão abissal uma faíscazinha de luz.

_Eu sou desde o início...

_Eu tb...

_Eu sou desde o início que agente...

_Sim, eu...

_Eu queria te evitar maiores sofrimentos no futuro

_Se soube mesmo o que te inibe agora?

_O espanto.

_Que espanto?

_O espanto diante a verdade

_Que verdade?

_No que eu soube, estava certa, mas...

_Mas...?

_Talvez estivesse errada quanto a meu grande segredo.

_Te etendo. Me parece que é recíproco. Percebo que será inevitável nos arriscarmos...

_Sua sensibilidade, foi isso que me atraiu. Acredito nestes casos onde não temos controle algum do que faremos, valha mesmo à pena arriscar tudo.

_Arrisque!

_Já o estou fazendo.

_Meu coração, ele...

_Sim. Estou sentindo. O meu também.

_É você estava errada mesmo quanto ao seu segredo, e eu em acreditar que sabia de tudo só por sentir... Vejo agora que errar é o melhor dos acertos.

_Vamos à cachoeira?

_Porque não? Está um sol lindo.

_Você tá...

_Eu sei.

_Pra que conversamos? Parece que já nos entendemos desde que nos olhamos. Que é isso?

_Isso é ..... - pensou por muitos minutos enquanto caminhavam com um sorriso segurado que tenta rasgar-lhes a face, e depois prosseguiu, lentamente sua resposta, como se a pergunta tivesse acabado de ser feita:

_É o que a própria busca da pergunta é... o mistério.


Saíram juntos para a cachoeira. Retornaram sujos de terra e com os pés descalços. O sorriso lhes era inevitável. Os passos eram leves e sem pressa. Foi a maior tarde de suas vidas, durou toda uma vida.






Verdade?























“Tento dizer a verdade enquanto escrevo mas sempre chego a conclusão de que é pura mentira. De que eu estou inventando tudo mais uma vez. Será possível não inventá-la, ó realidade!? Por saber ser impossível que escreva A VERDADE tento não escrever mentiras. Sou absolutamente sincero quando escrevo, e porque, porque é que mesmo assim não consigo me sentir dizendo a verdade? Ora, não bastará a sinceridade pra que se consiga dizer a verdade? Algo me sussurra em mente que não existe A VERDADE... E que tudo que eu consigo é escrever verdades. Jamais no singular.”

Tentâmen de explicações epifânicas

































































“A poesia é

uma tentativa

do m'Eu inefável

dizer

sem precisar

falar”









Horas Horizontais



segunda-feira, janeiro 15, 2007

..









“Se os povos pudessem viver sem as pressões diárias do medo diante da coerção do Estado seriam mais livres pra escolher não viver de forma tão violenta consigo e com sua sociedade. Por outras palavras, sem um governo a liberdade humana tomará por inteligência de uma lógica intrínseca de sobrevivência um caminho menos violento e opressor, onde o conhecimento e a criatividade, e não as armas, definem o futuro da nossa história.”

... u.F.



quinta-feira, janeiro 11, 2007

qdo ntzsch chr


















“Viver de maneira segura é perigoso”
.
.
.

“torna-te quem tu és”
.
.
.


“_Há muito tempo aprendi que é mais fácil enfrentar uma má reputação do que uma má consciência. Ademais não sou ganancioso; não escrevo para a turba. E sei ser paciente. Talvez meus discípulos ainda não tenham nascido. Somente o depois de amanhã me pertence. Alguns filósofos nascem postumamente!”
.
.
.
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.
.

“A questão é: quanta verdade consigo suportar?”
.
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.
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((( Quando Nietzche chorou" - Irvin D. Yalom - Ediouro)))

terça-feira, janeiro 09, 2007

Céu (da) T_arde

























Céu (da) T_arde


Não sei para onde seguir
por mais caminhos que eu encontre
sempre retomo a te ouvir
bem junto do meu ser
a me chamar
sentindo essa saudade
que não me deixa
nem me permite relaxar


Será o desejo que ainda não se calou?
Ou o amor era (é) tão avassalador assim
que cravou em tu e em mim
esse silêncio em pânico
tamanho pavor de nos fazermos felizes?


Os números crescem
e anos passam
como um segundo deslumbrante
de profundo desperdício...
um estalido que quebra os anos
em caquinhos de segundos
como um vidro a se estilhaçar
tamanho vendaval


Onde andam nossos passos?
Tenho procurado a alegria dos meus sorrisos
e me pego pensando em você...


Sinto que não me esquece
te deixei ir e você ficou
me pediu pra não chegar tão perto
e eu cheguei
e você chegou


e tão logo nos encontramos
tão logo fomos


e esse buraco de tempo
nem ele enfim nos separou.


Que pensamento é esse
alfinetando meu peito
como espasmos de violino
e um ar tão rarefeito
que nos pulmões arde entrar?


Porque fico ainda tonto
emaranhado à teus movimentos
se no nosso desencontro
de um encontro de momento
ainda arquitetarmos toda uma distância
em nosso comportamento?


Que é essa distância?
Será o afastamento real
ou será o muro que imaginamos
pra bloquer nosso pensamento?


Será a segurança que queremos alcançar?
Estamos assim, seguros de nós mesmos,
ou estamos ainda a nos perguntar?



Este nosso silêncio
é ainda o maior indício
do inevitável incêndio
que é o nosso encontrar


numa dor contida, de criança
nos calamos, pra conservar a magia
secreta dança
de preservar um lugar eterno pra alegria
e pra esperança... enquanto ela durar...


Será esse o plano da Paixão ou do Amor?
Que vivamos do hoje , que ainda ferve
ou da lembrança que ficou de acontecer?
do que é agora ou do que teria sido e por isso mesmo foi?


Foi.


Foi um eterno, mas não alegria
eterna interrogação
um eterno aconteceria


E é só a insegurança, mansa

e sorrateira a nos debruçar
no caminho da vida
apressados, demorados
inquietamente acomodados
ainda procurando um ao outro na beleza de um contemplar
que nos faz lembrar...
Será isso que o que sentimos quis causar?
O que queriamos sabíamos, e sabemos...
e por isso isso mesmo tanto faz
a distância em que vivemos...

todo meu
céu da tarde
é também seu
e isso
nunca houve
como evitar...

( Uirah Felipe )


sábado, janeiro 06, 2007

Incomparável


















Tristezas não me abastecem

apenas me enxugam

da minha gritante vontade

de chorar a felicidade tão querida


Certezas não me enriquecem

apenas me acostumam

à minha vibrante saudade

de aprender diante dos mistérios da vida


Quero o inevitável

o encontro não planejado

desejo tocar o intocável

erguendo as mãos como não destinado


Anseio pelo inaceitável

ver todo o escuro iluminado

almejo o inacreditável

depositar meu olhar no teu, simples recado


Não há susto que me grite

sem eu sorrir

não oculto que me irrite

sem persistir...


. . . no inalcançável


Só o segredo de ser assim tão bem amado

me eleva ao encanto de ser livre um bocado

Da intrépida vertigem nasce meu calor

sem medo, sem pressa, é assim meu amor:


. . . Incomensurável . . .


uF